10 out Qual é a primeira impressão que a maniçoba transmite?
Como somos um site que preza pela sinceridade, vamos admitir: a maniçoba é uma delícia, mas talvez não seja um dos pratos mais atrativos visualmente, fator que é decisivo para muitos na hora de escolher o que comer.
Para muitos, aliás, a apresentação da comida chega a pertencer ao processo de degustação, principalmente nos dias atuais onde a primeira coisa a se fazer não é desejar “bom apetite”, mas fotografar o prato e postar nas redes sociais. A boa aparência dos alimentos influencia na escolha pelos consumidores, isto é tanto um fato, que existem diversos cursos de food styling, aulas que são voltadas para melhorar a apresentação dos pratos.
Para descobrir qual a impressão que a maniçoba passa, conversamos com duas paulistas, já que os paraenses são defensores fervorosos de sua cultura e poderiam ser imparciais nas respostas.
A Lucila Argollo, mãe e avó dedicadíssima, foi categórica: ela não gosta e ponto final. Nascida em Jaú, no estado de São Paulo, ela provou a maniçoba pela primeira vez há 40 anos atrás, quando veio morar no Pará, infelizmente a maniva não conquistou Lucila, a razão principal foi justamente a aparência exótica do alimento.
Em contraponto, a publicitária Nadia Dezidério, moradora de São Paulo capital, amou a iguaria, apesar de ser vegetariana e ter provado somente esta versão da maniçoba. “Não consegui identificar o que tinha no prato e até hoje não sei, mas como é uma receita famosa e muito querida pela galera daí eu já sabia o que esperar visualmente. Estava curiosa para conhecer o sabor”, conta. Pra quem não sabe, a maniçoba vegetariana substitui as proteínas por ingredientes como queijo, tofu e grãos variados, mas a protagonista, a maniva, permanece.
A boa notícia é que enquanto o prato peca no visual, compensa no aroma e sabor. Por isso o prato é tão famoso por aqui: é uma delícia. Mas, claro, o gosto é algo pessoal e ninguém é obrigado a gostar de nenhum alimento, tampouco a maniçoba. Aliás, a maniva é um prato tão marcante e típico principalmente da época do Círio, que a Dona Lucila, mesmo não gostando, sempre prepara a receita para seus familiares e amigos. O acompanhamento? Arroz Zilmar, o qual é fã de carteirinha.
Além do visual, outro fator que pode assustar alguns, principalmente as pessoas de fora do estado, é o fato de que se a erva da maniva não for preparada corretamente pode fazer mal para a pessoa, mas nem isso afastou o paladar da publicitária paulista: “acho que isso só deixa o prato mais interessante. A ideia de transformar ‘veneno’ em sabor é bem bacana”, conclui Nadia, que gostou do prato e recomendaria para os seus conterrâneos.
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